23.10.08

Estrelismo, a doença infantil do botafoguismo

Os ideais do Botafoguismo, aspiração máxima da humanidade, foram criados por um grupo de garotos há longínquos 104 anos, na fundação da República do Botafogo. Nesse pouco mais de século, a República e os ideais do botafoguismo se desenvolveram, grandes heróis republicanos fizeram história e seguem imortalizados nos corações e memórias do povo grande glorioso. Nesses 104 anos, também dificuldades surgiram, como a terrível ditadura de 68-89 que impediu os gloriosos de serem felizes nesse período. Mas bons ou ruins, todos os momentos da história da República do Botafogo ajudaram a formar os altos ideais botafoguistas e a definir o que é o cidadão glorioso.

Porém, engana-se quem acha que o botafoguismo é algo monolítico, duro e engessado e que todos os cidadãos da República têm uma percepção igual do que representam os ideais, as cores e a bandeira. Não, existem muitas formas de entender e de viver o botafoguismo. Mas existe uma corrente que é potencialmente perigosa, por seu caráter nocivo à República e por ser fomentadora de divisões internas: estamos falando do “estrelismo”, a doença infantil do botafoguismo.

Os estrelistas são assim chamados por se considerarem os grandes e verdadeiros defensores da estrela, símbolo máximo da nossa República. Mas normalmente suas visões imediatistas e seus posicionamentos oportunistas visando interesses que não são exatamente o progresso da República acabam tendo como efeito prático prejuízos ao país e ao exército glorioso.

Recentemente presenciamos mais um ataque dos estrelistas. Após mais uma derrota dos Borra-Botas, contra os platinhas, e com os soldados voltando para casa com o rabo entre as pernas, vieram os disparos estrelistas. A princípio era uma iniciativa louvável criticar duramente os soldados por seus desserviços ao país. Mas a princípio, quase sempre as ações dos estrelistas são louváveis e é assim que essa corrente conquista adeptos. Justamente por isso, todas as ações estrelistas devem ser analisadas mais a fundo.
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Esse disparo crítico contra os soldados parece ter não como motivação um legítimo sentimento de revolta com as falhas e vergonhosas derrotas dos militares em combate. Ao contrário, seu teor é político, muito bem pensado e tem objetivos claros: se aproveitar do completo vazio de poder existente hoje na República para aumentar ainda mais os problemas, aprofundar a crise e assim ganhar terreno, apresentando-se como “a alternativa, a solução”.

A estratégia estrelista é, como de costume, fomentar a divisão, promover o “quanto pior, melhor”, para ganhar espaço.

Existe a revolta genuína do povo, contra a falta de brios do exército e contra a falta de tudo do governo. Mas essa revolta genuína não pode ser usurpada por oportunistas com interesses específicos e que passam bem longe do interesse legítimo da República.

Não esqueçamos que quem fala hoje se colocando na posição de “paladino republicano” é o mesmo que financiou e apoiou o grupo de traidores que se infiltrou no governo e levou nosso país à completa bancarrota, perdendo até mesmo por um tempo a 1ª Colônia.

O estrelismo é uma armadilha. Uma leitura equivocada do botafoguismo que por muitas vezes coloca os estrelistas mesmo contra o botafoguismo e a República. Basta pensar: declarações públicas dadas ao Miniestério de Propaganda flamengo, que esculhambam completamente o governo e o exército republicanos e terminam em um posicionamento eleitoral... a quem serve esse tipo de coisa?

Ao sofrido povo glorioso, seguramente que não.

7 comentários:

Saulo disse...

Se o ambiente no clube já estava complicado, com o depoimento do Montenegro complicou mais ainda. Só 2009 agora.

snoopy em p/b disse...

mais uma vez, brilhante!

Anônimo disse...

Sempre gostei do Montenegro e já fui uma ardua defensora dele mas depois de ontem comecei a rever os meus conceitos sobre ele.
É inadmissível que ele aja dessa maneira sabendo a situação delicada que estamos passando.
Prá mim foi um tiro no pé dele.
Se essa situação está acontecendo, convenhamos, é por culpa dele também que compactua com essa diretoria.
E porque ele não falou antes?
Perdeu uma boa oportunidade de ficar calado.

DRP disse...

Saulo, concordo contigo amigo. Não acredito que os borra-botas sejam daqueles que "tiram leite de pedra e buscam forças da dificuldade". Ao contrário, eles se entregam com a maior facilidade do mundo.

Fábio, muito obrigado pelo elogio. Só escrevo minha opinião, cara...

Dora, já há muito não gosto do Montenegro. E continuo achando que o que ele fez foi de um oportunismo rasteiro e que ele o fez de caso muito bem pensado.

Cheguei não há muito do trabalho e vi a notícia da chapa única. Pode ser uma boa novidade. Vamos ver, vamos ver.

Grande abraço,
Danilo

Cara de 30 disse...

Amigo Republicano,

Onde assino o manifesto?

Abraço.

Anônimo disse...

Mais uma vez um Montenegro na caminhada ao topo do Monte Sula...

Estou prestes a passar o bastão para os mais jovens. Confesso que começo a perceber que após tantos anos sinto-me sem forças para acompanhar com a mesma paixão tantas decepções. Não é justo para um velho General cultivar uma fonte de desilusões, sofrimento e vergonhas.
Eu gostaria que o meu Botafogo contribuisse para minha alegria e me ajudasse a levar a vida com seus altos e baixos, mas ao contrário ele teima em ser cruel com seus adeptos. Terei que me contentar com as glórias do passado, que felizmente eu vivi. Hoje estou perdendo a esperança na modernização do clube que sempre sonhei, pois ao contrário do que podem pensar não sou um saudosista.

O Botafogo é há muito tempo um clube "temático" que vive de seus personagens do passado. Nunca se profissionalizou de fato.

É como se a Disneylândia vivesse até hoje só do Mickey e do Pato Donald sem criar novas atrações.

Espero encerremos diante dos Caipiras este eterno programa de ajuda aos países abaixo da linha da pobreza, antes que nos tornemos um deles, terminando assim, honradamente nossa participação nesta guerra.

Avante jovens gloriosos!!!

DRP disse...

Meu caro amigo Coronel Fischer, por mais difícil que seja, é dever do povo manter-se de pé. Ele é o último (e no momento atual, o único) apto a defender nosso país.

Permaneça na ativa, é o que lhe peço.

Grande abraço,
Danilo