27.10.08

Brigadas Internacionais - um triste ocaso?

No começo das campanhas militares de 2008, o exército glorioso estava sendo remodelado, após alguns expurgos de traidores, como o Oficial de Infantaria Dodô (descobriu-se que ele desviava cargas de café dos armazéns republicanos para uso próprio) ou o Rato Joílson (que estava espionando e trabalhando em segredo para os bambis). Além deles alguns então oficiais também foram enviados para o ostracismo do exílio, por falhas graves no cumprimento do dever republicano, destacando-se a Companhia Errante ZR e o Tenente Anselmo “Juninho”, que não conseguiu nunca combater com eficiência o fogo aéreo inimigo.

O povo acompanhava, com interesse e de certa maneira preocupado, a etapa de alistamento após tais expurgos. A resistência dos comandantes militares em utilizar recrutas recém formados nas Academias Militares Gloriosas, somada à pouca capacidade das tropas externas “alistáveis” deixava uma certa tensão nas ruas da República. Formaríamos um exército em condições de combater com a firmeza necessária?

A solução tentada foi fazer uma campanha internacional de recrutamento, apresentando os nobres valores do botafoguismo para trazer tropas e soldados capacitados para representar a República: estavam sendo fundadas as Brigadas Internacionais Gloriosas e seu principal corpo armado, a Brigada Basso-Fischer, homenageando heróis estrangeiros que se dedicaram à causa republicana no passado.

Foram recrutados para o exército republicano o Capitão Castillo, comandante da retaguarda, o Tenente Ferrero, também para reforço na retaguarda gloriosa, além do que foi chamado de “arma mortífera de guerra”, mas acabou se tornando um enorme equívoco posteriormente: os balões Escalada.
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Punhos cerrados ao alto: os brigadistas gloriosos saúdam o povo glorioso em sua chegada à República
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O povo se encheu de esperança e empolgação. As Brigadas Internacionais Gloriosas traziam um ar de novidade e de mudança de rumos. Foi com grande felicidade e expectativa que uma multidão de populares saudou, de punhos cerrados para o alto, o desfile dos brigadistas quando eles chegaram à capital General Severiano.

Logo lançados aos combates, os dois oficiais da retaguarda corresponderam às expectativas: eram calmos, seguros e bons combatentes. Caíram nas graças do povo. Os Balões Escalados, por sua vez, eram pesados, difíceis de montar e mostraram-se ineficientes nos testes. Foram logo descartados e enviados de volta para de onde vieram.

As brigadas sofreram o primeiro revés na duríssima batalha pelo controle da ponte Guanabara, contra os flamengos. O tenente Ferrero foi o pivô de um evento onde o observador internacional da guerra mudou dramaticamente os rumos da batalha, favorecendo os flamengos. Nessa dura batalha, ele ainda se feriu, ficando boa parte do tempo no hospital de campanha. Por infelicidade, ainda não completamente revigorado, ele participou da trágica derrota contra os axés, na campanha que determinou a ida do asno Geninho ao paredão, após grande revolta popular. O Tenente Ferrero segue no exército, mas sem combater. Alijado de todas as atividades de guerra, foi designado a almoxarife do quartel. O que é uma pena, pois sua capacidade militar é bem maior que a da Tropa de Granadeiros RS ou a Companhia Edson.

O Capitão Castillo começou como uma grande unanimidade entre o povo. Atrevido, dava um ar de ousadia ao exército glorioso, quebrando um pouco o “bom mocismo” extremado do Coronel Lucio Flavio. Quando, cercado pelos flamengos, não recuou e os encarou à baioneta, foi condecorado por sua bravura em defesa do botafoguismo. Com a diminuição do ímpeto ofensivo glorioso e especialmente na última batalha pela frente do Monte Sula, começou a ser questionado pelo povo. Questionado até de maneira exagerada, pois é um bom oficial, competente e que nunca se omitiu. Mas que agora, estará fora do exército por um longo período, sendo atendido no hospital de campanha, após ser ferido no próprio quartel, durante preparativos para batalha.

Após o fiasco dos Balões Escalada, o governo foi novamente ao exterior para recrutar brigadistas. Conseguiu comprar uma divisão dos Tanques Zárate, armamento pesado com canhão poderoso. Mas que se tornou uma enorme e infindável novela mexicana. Primeiro, todo o interminável processo para a liberação aduaneira dos tanques, que ficaram presos no porto à espera da resolução da burocracia. Depois, todo o interminável processo de estudo dos manuais e conhecimento de peças dos Tanques Zárate, para que os mecânicos os pusessem em condições de combater (todo o tempo de espera no porto deixaram os tanques sem lubrificação e com uma grossa camada de ferrugem, que teve de ser removida). E quando os Tanques Zárate finalmente começaram a ser utilizados em combate, deixando em alguns momentos o povo empolgado, eis que surge a notícia que, por falta de pagamento das faturas, existe uma possibilidade de toda a divisão ser devolvida. O incrivelmente mal feito planejamento econômico do governo resultaria nesse caso em uma situação gritante de muito trabalho, tempo e expectativa reduzidos a pó por incompetência.

Um equipamento de guerra comprovadamente ineficaz e devolvido por isso. Um tenente capacitado, mas que por decisão do comando de guerra não combate e fica preso às funções burocráticas de almoxarife. Um capitão ferido no hospital de campanha. Uma divisão de tanques que pode ser devolvida por falta de pagamento. Será que as Brigadas Internacionais Gloriosas, tão cercadas de altas expectativas terão esse triste fim?

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5 comentários:

Saulo disse...

Novamente mais um excelente post.
É meu amigo. Um não tem oportunidade para jogar, o outro se machucou e vai ficar um bom tempo parado e o outro pode sair por falta de pagamento. Essa é a pura realidade da nossa República do Botafogo. O ambiente da República anda conturbado ainda e tomara que esses problemas sejam resolvidos o mais rápido possível. A República do Botafogo é muito forte e não pode ficar com esses problemas por muito tempo.

Anônimo disse...

o Oficial de Infantaria Dodô(descobriu-se que ele desviava cargas de café dos armazéns republicanos para uso próprio).

Hahahaha! Me lembrei daquela cena do Apocalypse Now, do oficial de suprimentos enriquecendo com a guerra, deviando todo o possível.

SA
Cleber

Rodrigo Federman disse...

Hahahahah!
Danilo, balões Escalada é insuperável! ahahah!
Abs e SA!!!

Anônimo disse...

Sem comentários.
Tô chorando.

Anônimo disse...

Só faltou dizer que o Tenente Ferrero foi rebaixado,esquecido e locado junto as cavalariças onde exerce hoje ocupação homônima ao seu próprio nome.