7.4.08

Diários da Guerra 8 - A mais longa das semanas

O farrapo exército boavistenho marchou das arenosas planícies de Bacaxá para Engenhão, a segunda maior e mais importante cidade da República do Botafogo, sem qualquer pretensão de subjugar ou mesmo causar grandes danos aos gloriosos e à causa republicana. Eles sabiam que isso seria impossível. Uma pequena guarnição nômade, mal armada e mal treinada jamais teria condições de fazer frente a um poderoso exército como o glorioso. O objetivo da marcha boavistenha era chamar a atenção para sua causa: eles queriam ser reconhecidos como país e com isso ter direito garantido internacionalmente à 3ª colônia.

Mais preocupado com as batalhas que virão na ofensiva pelo Monte Brasil e pelo controle da ponte “Rio”, o Marechal de Campo, Cuca, deslocou para a batalha contra os boavistenhos apenas um pelotão de soldados reservistas. Com graves problemas na retaguarda e sem poder de fogo, o exército republicano foi facilmente subjugado pelos boavistenhos. Ao fim das escaramuças, o governo da República do Botafogo foi obrigado a reconhecer a existência do país Boavistenho e de sua capital, Bacaxá, que agora terá direito à 3ª Colônia.

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O revés na batalha contra os boavistenhos deixou criou nos cidadãos gloriosos um sentimento de preocupação. Em General Severiano, a capital da República, foi decretado o estado de alerta. A verdade é que desde a batalha de Maracaningrado, quando o exército glorioso venceu os flamengos e assumiu a ofensiva, a campanha republicana não é das mais animadoras. Houve o massacre dos petroleros, bárbaros que tentaram invadir Engenhão, depois vitória dramática contra o fraquíssimo bando de pistoleiros do coronel rebelde Cardoso Moreira, que de tão fraco e pequeno nem chega a ser um exército. Sim, o exército glorioso venceu os coloridos em combate, mas a verdade é que os coloridos usaram tropas reservistas e as táticas de guerra do Marechal de Campo Cuca naquela batalha se mostraram um tanto confusas. Após isso, duas derrotas contra inimigos de muito menor poder bélico: os guerrilheiros riverinos e os nômades boavistenhos.

O momento é de atenção e concentração. A semana que começa é importantíssima para os planos da República. Primeiro, os gloriosos enfrentarão os riverinos novamente, em batalha de vida ou morte pela manutenção da ofensiva do Monte Brasil. É obrigação de todo cidadão glorioso marchar para Engenhão, incorporar o espírito Pasionario e gritar em uma só voz “NÃO PASSARÃO” para os guerrilheiros riverinos. Eles marcham de longe e têm que saber que na segunda cidade mais importante da República quem manda são os gloriosos.

Depois da batalha pelo Monte Brasil, serão as hordas flamengas, que marcham para a batalha. O controle da Ponte “Rio” estará em jogo. O caminho para a Cidade 08 estará em jogo.

A semana será decisiva. Poderá marcar definitivamente a ofensiva rumo à glória. Ou poderá jogar a República do Botafogo numa grave crise. Não por acaso esta está sendo considerada a “mais longa das semanas”.

Alertas, concentrados e otimistas, os todos os habitantes da República do Botafogo esperam pelas batalhas decisivas. À vitória!!!

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