8.5.08

O Sacrifício Pragmático da República



Algumas decisões de assuntos do Estado são tomadas pelo Alto Comando para a Guerra e nessa esfera ficam, sem que os cidadãos do povo glorioso fiquem sabendo. Essa ignorância certas coisas que acontecem nas esferas superiores do comando republicano por vezes leva à incompreensão e mesmo a atritos entre os homens do povo e o governo glorioso.

Visando acabar com esses mal entendidos, um importante diplomata glorioso tornou público fatos até pouco tempo confidenciais, entre eles uma aliança entre os gloriosos e os guerreiros aztecas, do distante Reino de Sierra Madre.

“Um povo guerreiro e extremamente religioso”. É assim que esse diplomata definiu os aztecas, após a reunião que selou a aliança. Abaixo, suas palavras sobre o evento, publicadas no jornal 21 de Junho:

"Logo após a primeira das duas batalhas pela Cidade 08, fomos surpreendidos com uma visita oficial do embaixador azteca em General Severiano, nossa capital. A proposta deles pareceu indecorosa, indecente e inaceitável a princípio, mas bastante razoável ao final das rodadas de negociação.

Eles se propunham a aniquilar os flamengos. Humilhá-los em seu próprio território, aniquilá-los, diminuí-los, ridicularizá-los. Quais eram as motivações deles? Ora, os planos de Adolfo Braga para o pan-flamenguismo ameaçavam a existência dos aztecas. Eles estavam apenas defendendo-se.

Mas para lograr esse objetivo, eles precisavam da ajuda gloriosa. Como são muito religiosos, os aztecas consultaram seus deuses, que previram que a chave da vergonha flamenga estava no sangue amigo derramado, que causaria soberba fatal no inimigo.

Os oráculos aztecas interpretaram as mensagens divinas com precisão. Seria necessário um grande sacrifício de um aliado, num evento que exacerbaria a soberba flamenga e causaria a sua desgraça.

A proposta caiu como uma bomba no Estado Maior. Um sacrifício pragmático? Sacrificar a Cidade 08 em nome da completa humilhação do inimigo? Muitas vozes foram contrárias. Todas com argumentos fortíssimos. Mas algumas simples constatações nos convenceram a todos: batalhas por cidades, por mais importantes que sejam, são freqüentes nessa guerra. E o verdadeiro objetivo da República do Botafogo é a tomada do Monte Brasil, não a Cidade 08. E a aniquilação prometida pelos aztecas jogaria a guerra para outro patamar. O exército flamengo deixaria de ser uma força para se tornar a imagem da vergonha.

Com o coração partido, derramamos nosso próprio sangue. Sacrificamos a Cidade 08. A soberba flamenga veio, assim como a onda de vingança e destruição azteca. O reino da Gávea hoje chora. Sem rumo. Humilhado. Possivelmente a maior derrota de um exército nessa era. Nas ruas flamengas, pessoas andam desnorteadas. Não sabem o que fazer.

O exército de guerreiros aztecas cumpriu sua parte no acordo: aniquilação total do inimigo. O Sacrifício Pragmático da República do Botafogo permitiu isso. Cumprimos a nossa parte.
"

3 comentários:

Unknown disse...

Sangue alvinegro banhou a pirâmide azteca, abençoando-a.
Foi sem dúvida o maior vexame de guerra da história contemporânea, superando em muito a rendição ianque perante as tropas vietcongues.

Aleixo disse...

Sensacional o texto. Parabéns!

Francisco Lima disse...

Bem que o Gaba chamou a atenção, no blog do Movimento Carlito Rocha, para este seu texto. A analogia do sacrifício do Botafogo (os gloriosos) para fazer surgir a soberba flamenga (dos urubus) e provocar a destruição destes diante dos aztecas (o América) foi genial. Nunca uma união das águias (símbolo do time mexicano) foi tão bem-vinda para a cachorrada alvinegra. Foi uma vitória de sangue.