O ano de 2010 começou com vários indicadores ruins para a República e seu povo. Um governo notadamente entreguista, liderado (?) por Maurício Pétaín, ainda por cima envolvido numa disputa mafiosa pelo comando político, contra o grupo liderado por Carlos Augusto Maranzano, no evento que ficou conhecido como “Castellammarese”. Os conflitos entre tais facções do banditismo ainda não acabaram e prometem ainda dar muita dor de cabeça e preocupação aos republicanos honestos. Piorando o quadro, a total ausência de um exército que garantisse minimamente a segurança das fronteiras do país, o que ficou claro no massacre bacalhau, que saqueou a cidade de Engenhão e destruiu de vez o que restava da Linha Maginot-Biriba, a outrora poderosa linha de ferro que protegia os limites da segunda cidade mais importante da República.
.Bombardeiro pesado AL-13: poder de fogo nos combates aéreos
. Medidas precisavam ser tomadas. O comando militar foi trocado, assumindo como Marechal-de-Campo o velho conhecido Joel Santana. As brigadas internacionais foram reorganizadas e o exército montou uma estrutura de ataque que contava com a valentia do 17º Pelotão aliada a capacidade de ataque dos Aviões Bombardeiros LA-13. Assim, o farrapo de exército glorioso começou a repelir os ataques dos pequenos vilarejos bárbaros que avançaram contra a República esperando recolher migalhas de terra arrasada depois do massacre dos bacalhaus. .
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Mas nem todas as medidas importantes foram tomadas. No centro das decisões no campo de batalha continuava (e continua) o burocrata Lucio Flavio: um excelente carimbador, um exímio cumpridor de normas, um magnífico preenchedor de petições – no entanto, um soldado omisso, oficial de suprimentos incompetente na função de coordenar a logística para o ataque. Além dele atrapalhando, o soldado raso Eduardo sempre se comportou de maneira indolente e descompromissada, pondo em risco seus companheiros de armas.
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E assim, ao trancos e barrancos, o exército saiu em marcha para combater uma invasão das hordas flamengas pela estrada Guanabara, uma das vias de acesso à Cidade-10, importante entreposto comercial. Graças a contribuição decisiva do Capitão Jefferson na retaguarda, das Brigadas Internacionais na vanguarda e do jovem aspirante a oficial Caio, formado na Escola de Formação Militar Republicana que com um golpe preciso e precioso botou o exército inimigo para correr em fuga destrambelhada.
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Assim, na junção da estrada, encontraram-se novamente e pouco tempo depois os exércitos glorioso e bacalhau, lutando dessa vez pelo controle total da estrada Guanabara. Após o massacre, os bacalhaus cantavam vitória. O clima era de festa no império de SãoJanú. Mas o exército glorioso naquele combate surpreendeu a todos, trabalhou táticas que subjugaram completamente o inimigo e venceu a batalha com grande autoridade. Desmoralizado, o exército bacalhau foi escorraçado do campo de batalha e o exército republicano assumiu o controle da estrada Guanabara, já estacionando tropas na Cidade-10, numa área que passou a ser chamada de “Setor Glorioso”,
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Mas a até certo ponto surpreendente tomada da estrada Guanabara e a criação do Setor Glorioso na Cidade-10 não acabaram com os problemas. A política continua na mão de entreguistas nefastos, e a alternativa que se apresenta até agora, o bando mafioso de Carlos Augusto Maranzano é tão perigosa quanto, principalmente porque é absolutamente o mesmo grupo. E o exército, apesar do sucesso em conseguir o controle da estrada Guanabara, continua com problemas.
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A recente derrota em combate para o sempre patético exército colorido evidenciou demais isso – o exército glorioso foi facilmente derrotado no campo de batalha – sua retaguarda mostrou-se fragilíssima, sua vanguarda se mostrou ineficiente e seu oficial de suprimentos, como de costume, estava mais ocupado com burocracia do que com a ação da batalha.
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Os problemas são evidentes para grande parte da população, mas o comando militar se mostra teimoso e reticente em reconhecê-los e atacá-los. Revoltado com isso, um profeta conhecido como Seu Raimundo, considerado por muitos um profeta louco, mas ainda assim mergulhado em sabedoria popular, caminhou com uma lanterna na mão por milhares de quilômetros e muitos dias, para chegar à cidade de Engenhão e dar o que ele chamou de “ alerta ao exército glorioso”. O conhecimento empírico de um velho da floresta não pode ser desprezado. Eis o que Seu Raimundo falou em seu alerta:
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Profeta louco, porém sábio, Seu Raimundo caminhou milhares de quilômetros para dar lições valiosas ao exército glorioso
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Atenção na retaguarda! O exército glorioso tem, inegavelmente uma retaguarda fraca. Seus equipamentos bélicos são pesados e de pouco calibre, a proteção anti-aérea é praticamente nula. Assim, a margem de erro possível da retaguarda é mínima, praticamente nula, pois a recuperação é muito difícil. Seu Raimundo nos alertou e mostrou com clareza, não se pode ter desatenção na retaguarda, mínima que seja. Os danos virão em formas de estragos nas tropas e no país, em dificuldades nas batalhas e mesmo em derrotas.
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A vanguarda não pode ser piedosa! Em uma guerra, a vanguarda não pode ser nunca piedosa ou incompetente. Eles lutam em terreno hostil, atrás das linhas inimigas e quase sempre em menos número. As brechas para golpear o inimigo não são freqüentes e por isso mesmo falhas não podem ocorrer. O 17º Pelotão e os Aviões Bombardeiros LA-13 são valentes, esforçados, soldados honrosos. Mas precisam ser mais efetivos, minar a resistência inimiga e facilitar as vitórias gloriosas.
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Não pode um exército se curvar a burocracia! Procedimentos padrões, guias em 4 vias de cores diferentes, carimbos, canhotos, assinaturas de aprovação e arquivos alfa-numéricos... tudo o que impressiona o burocrata Lucio Flávio é simplesmente inútil no campo de batalha. Sob fog pesado do inimigo, em combates encarniçados, não pode um oficial se esconder de medo debaixo da mesa ou então estar em sua barraca escrevendo memorandos sobre utilização correta das latrinas. O oficial de suprimentos precisa ser alguém de ação, que resolva e procure municiar a vanguarda com o que ela necessita para o ataque. O burocrata Lucio Flávio claramente não tem esse perfil e não pode mais ocupar cargo tão importante. Existe o aspirante a oficial Caio, há ainda o recém incorporado Tenente Edno. Talvez eles possam ser oficiais de suprimento melhores e mais efetivos. Mas precisam ser testados, o que leva ao último alerta dado por Seu Raimundo.
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O comando do exército não pode ser teimoso e inflexível! O Marechal de Campo Joel Santana conseguiu recuperar o moral de tropas esfaceladas e fazê-las conquistar vitórias importantes contra os flamengos e bacalhaus nas batalhas pelo controle da estrada Guanabara. Mas agora mostra-se teimoso, inflexível, disposto a ficar de braços dados a tropas desqualificadas que deveriam, no máximo, estar na reserva do exército glorioso. Suas manobras no campo de batalha estão ficando extremamente previsíveis e os inimigos dão cada vez mais trabalho nos combates, mesmo que sejam inimigos fracos.
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Seu Raimundo, o profeta, deu alertas e mostrou lições valiosas para o exército glorioso. Se não possui um exército exatamente forte, a chave para as conquistas está na atenção, dedicação, senso de oportunidade e funcionamento perfeito do exército, com um oficial de suprimentos capaz de atender às necessidades e sob um comando que mande para a batalha o que de fato existe de melhor e mais bem preparado, sem se dobrar a política ou pressões externas de interesses econômicos. Caso contrário, nossas alegrias estarão reféns da sorte ou acaso..
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Pois que o comando militar e os soldados tenham ouvido com bastante atenção o alerta do profeta Seu Raimundo. São alertas válidos e que podem fazer toda a diferença.