29.12.08

A lamentável fuga ao exílio

Como uma versão em preto e branco de Fulgêncio Batista, o presidente da República do Botafogo fugiu do país às vésperas do ano novo e acertou definitivamente o seu exílio no Reino dos Galos. Mas acontece que na nossa gloriosa República, o próximo governo não é composto por guerrilheiros barbudos e nem chegou ao poder através de uma revolução armada, mas através do processo eleitoral legal do país. Por que então a apressada fuga de nosso ex-presidente para o Reino dos Galos?

O ex-presidente fugiu porque tem esqueletos no armário, fugiu porque deixa dívidas e problemas para o próximo governo. Suas declarações cínicas de que a “República do Botafogo é passado” e que “as dívidas deixadas são problema do próximo governo” demonstram no mínimo uma falha de caráter do ex-presidente, além de falta de respeito à República do Botafogo, a seu povo e até mesmo aos 5 anos anteriores, quando ele foi um bom presidente.


No teto da embaixada dos galos, os famigerados colaboradores se acotovelam, tentando uma vaga no helicóptero onde o ex-presidente fugia para o exílio

Os grandes feitos de sua gestão, em especial a vitoriosa campanha das Batalhas do Caio Martins, onde a República reconquistou a 1ª Colônia, e a incorporação da cidade de Engenhão às fronteiras gloriosas não podem ser eclipsados pelo desastre que foi o último ano de seu mandato. Mas esses grandes feitos tampouco podem ser considerados uma espécie de habeas corpus que permite ao ex-presidente e seus colaboradores cometerem toda sorte de erros. O povo glorioso não é do tipo que vende indulgências. Nós sabemos reconhecer as virtudes mas não abrimos mão de cobrar as responsabilidades.

No final das contas, a gestão do ex-presidente Bebeto de Freitas acaba melancolicamente. Assim como muitas das últimas campanhas militares do exército glorioso, a gestão política tinha tudo para ser histórica, eterna, coberta de glórias e respeito do povo. E assim como as últimas campanhas militares, a gestão política atual acabou de maneira triste e pequena, um lamentável e cinzento ocaso.

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Escrever no Botafoguismo foi sem dúvida um dos grandes prazeres que tive em 2008, um ano difícil para mim e para nosso querido Botafogo. Um ano com acontecimentos trágicos que abalaram e ainda causam grande impacto na minha família e também acontecimentos dramáticos que abalaram e ainda causam grande impacto no Botafogo.

Felizmente, portanto, 2008 vai acabando. Que 2009 seja o ano que paremos de chorar e voltemos a sorrir e viver felizes.

Agradeço a todos os que leram, elogiaram, criticaram e participaram do blog e fizeram dele um inesperado sucesso, já com mais de 20.000 visitas (considerando sempre que o “Botafoguismo” já tinha quase 4 meses quando o contador de visitas foi instalado).

Desejo a todos os amigos um grande 2009!

Um grande abraço,
Danilo Rosa Paiva

17.12.08

Os heróis do passado e os borra botas do presente

Hoje é feriado na República do Botafogo! Treze anos atrás, o exército glorioso protagonizou a Grande Marcha de 95, percorrendo um grande caminho em nome do país e da ideologia do botafoguismo. Em 17 de dezembro daquele ano, após meses de intensa campanha, o exército glorioso forçou a rendição dos peixes na batalha final, conquistando a hegemonia total.

Jornais do mundo inteiro noticiaram com grande alegria a conquista do exército republicano, em 17 de dezembro, na Grande Marcha de 95

Essa era a grande glória para um grupo de soldados valorosos, que lutava com muita bravura e coragem em defesa das cores, da bandeira e dos ideais republicanos. Era um exército que contava com uma fabulosa retaguarda, comandada pelo Coronel Gottardo, pelo Tenente-Coronel Gonçalves e que tinha como ajudante de ordens o Major Leandro Ávila. Era um exército que tinha uma infantaria valente, em especial a Companhia Sergio Manuel. E que tinha um poder de fogo fenomenal, comandado pelo General Túlio e pelos poderosos Caças Donizete.

Um grupo de soldados que tinha diferenças públicas, mas que nunca deixou que essas diferenças atrapalhassem o mínimo que fosse o exército em sua marcha. O objetivo era comum a todos e com muita luta ele foi cumprido. Não por acaso aqueles soldados entraram para a Galeria de Grandes Heróis Republicanos. Não por acaso nos museus da capital General Severiano existem belos quadros pintados a óleo, retratando batalhas especiais daquela campanha, como o massacre dos galos nas planícies do Maracanã, ou a Blitzkrieg que arrasou os flamengos nas longínquas planícies de Forrólândia.

Na data do aniversário dessa grande conquista gloriosa, o povo presta as justíssimas homenagens aos grandes heróis que tanto orgulharam os cidadãos, e orgulham até hoje.


A tradicional parada militar de 17 de dezembro comemora a grande conquista do exército glorioso


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Na contra-mão do orgulho pelos heróis do passado está a desconfiança que o povo nutre pelos soldados do presente. Os (poucos) expurgos e as (muitas) deserções de tropas estão levando o povo à preocupação e à incerteza acerca da qualidade do nosso exército no futuro próximo.

O Ministério da Propaganda flamengo, como de costume, agiu rápido e trata de espalhar, diariamente, boatos, fofocas para, através da desinformação, aumentar o clima de insegurança e instabilidade entre o povo glorioso.

Pois o povo viu, seguidamente, os morteiros da Tropa de Granadeiros Renato Silva falharem miseravelmente. Fez manifestações nas ruas para que o Coronel Lucio Flavio fosse passado à reserva por sua falta de brios e coragem nas batalhas. Arrancou cabelos de preocupação e raiva com a total falta de capacidade dos Blindados WP ou com o ridículo problema de mira dos Caças JH. Enfim, o povo que se irritou e sofreu muito com a incompetência dos que desertaram, não pode lamentar a saída desses soldados incompetentes de nossas fronteiras. Suas saídas devem ser comemoradas, não choradas.

O retrato da ineficiência dos blindados WP: não há como lamentar a saída desse e de outros estorvos do exército glorioso

Dizem eles, ao justificarem as deserções, que a República os deve pagamentos de soldo. Isso é verdade, mas não podemos esquecer que esses soldados incompetentes também nos devem, nos devem muito. Eles nos devem esperanças, sonhos, expectativas. Eles nos devem horas de sono, cabelos (ou cabelos que não sejam brancos). Eles nos devem muitas segundas feiras.

Que fujam portanto, antes que o povo resolva cobrar o que eles nos devem. Basta o povo lembrar dos heróis de 13 anos atrás para perceber, sem sombra de dúvidas, que os desertores e expurgados sem qualquer sentimento republicano de hoje não farão nenhuma falta.

12.12.08

Propaganda

Com absoluta convicção, afirmo que o blogue “Mundo Botafogo” (www.mundobotafogo.blogspot.com/) é uma das melhores e mais importantes fontes para dados históricos da nossa querida República do Botafogo. Também é um sítio onde, além de dar valiosas informações sobre o passado republicano, o bravo camarada glorioso e meu bom amigo Rui Moura faz sempre análises brilhantes e precisas sobre a situação presente do nosso amado país.

E, a convite do Rui, escrevi um balanço sobre o ano de 2008, cheio de percalços e dificuldades, esperanças e decepções. O texto pode ser acessado diretamente em http://mundobotafogo.blogspot.com/2008/12/o-breve-2008-o-ano-dos-extremos.html.

Obrigado ao Rui pelo espaço e, a quem não conhece, o Mundo Botafogo realmente vale a visita!

8.12.08

Faltou a Cavalgada das Valquírias

A falta de vontade dos soldados gloriosos em defender Engenhão contra os figos e os conseqüentes saques desses bárbaros acabaram por completo com o que havia restado das linhas de defesa da segunda cidade mais importante da República do Botafogo. A Linha Maginot-Biriba sofreu danos terríveis em sua estrutura, assim como o centro da cidade e suas belas praças foram destruídas. O estrago foi tão grande que estradas foram bloqueadas e linhas de comunicação foram interrompidas, o que impediu que os detalhes da guerra fossem atualizados como de costume.

Se na cidade de Engenhão a situação era caótica, na capital General Severiano a coisa não era muito diferente. Efervescendo politicamente, a capital viu o princípio de uma fuga em massa. Muitos dos que governavam o país já deixaram as fronteiras republicanas, algums rumo ao esquecimento, outros, segundo se diz, rumo ao exílio no Reino dos Galos. No exército, a situação não foi diferente, com ou ameaças e concretizações de deserções e fugas. Algumas tropas, como a Companhia Trigo, estão fugindo do país para não serem presas e julgadas por tribunais populares formados pelo povo revoltoso. Outros, como o Capitão Túlio, que já foi o comissário político para a disseminação do botafoguismo entre as tropas, surpreendeu a todos com seu pedido de baixa e posterior adesão ao exército curinga, para onde devem ir outras tropas que combateram pelo exército glorioso.

O cenário não era nada bonito na capital republicana. Ruas desertas, os tradicionais cafés onde intelectuais e homens do povo costumavam se reunir para celebrar os grandes momentos do país às moscas, insegurança absoluta entre os cidadãos... todos se precavendo para a chegada de uma era de dificuldades e esperando ansiosamente que o novo governo consiga responder à altura da gigantesca tarefa que terá à sua frente.

Foi nesse clima caótico, cheio de desinformações, boatos, inseguranças e com um sentimento de caos instalado, que o Marechal Nei Frango, amante do cinema, se inspirou no Coronel Bill Kilgore de “Apocalypse Now” e decidiu atacar os Porkokorps do Marechal Rommel Luxemburgo em seu próprio território. As semelhanças são incríveis: Tanto o marechal Nei Frango quanto o coronel Bill Kilgore resolveram fazer ataques sem qualquer interesse tático ou estratégico, por locais que não valiam de nada e por motivos pessoais e hedonistas: o Coronel Kilgore, para surfar. O Marechal Nei Frango, para “massagear o ego”.

Mas falta ao marechal de campo glorioso uma boa dose estilo, assim como falta ao que sobrou do exército republicano uma boa dose de tecnologia militar e capacidade bélica. Dessa maneira, as tropas gloriosas não chegaram às feias e sujas margens do Rio Tietê em helicópteros, nem tocando a “Cavalgada das Valquírias”. O ataque à capital dos Porkokorps foi muito mais simples e menos pirotécnico, mas não menos eficaz. Liderados por um efetivo Coronel Lucio Flavio e com o Sargento Renan em grade forma, o exército glorioso conseguiu o improvável e derrotou os sempre perigosos soldados de Rommel Luxemburgo em seu terreno. O golpe decisivo, para aumentar a surpresa, foi dos blindados WP e sua eficiência bissexta.



Palmeiras destruídas às margens do Rio Tietê: o exército glorioso subjugou as tropas do Porkokorps em seu próprio território

O ataque sem sentido para massagear o ego do Marechal Nei Frango funcionou, afinal. Os soldados voltaram para casa vencedores e o povo glorioso pôde abrir as janelas por alguns instantes e apreciar o sol quente da manhã.
Ego massageado e fim definitivo das campanhas militares por esse ano, a República tem no horizonte enormes desafios: o futuro governo deverá contornar uma crise grave econômica que assola o país, assim como uma grave crise de respeitabilidade, entre os outros países e soldados. O exército, seja lá como ele for formado para as futuras campanhas, por sua vez deverá contornar uma crise de credibilidade junto ao povo glorioso. Terá que se mostrar mais tenaz e mais digno, terá que lutar com mais bravura e menos frescura, terá que buscar as vitórias e devolver ao povo republicano todo o orgulho que sempre caracterizou o povo glorioso.

Como já foi dito, a luta nunca termina, ela apenas começa! E é hora de começar mais uma etapa da eterna batalha em nome do botafoguismo.

Helicópteros poderosos chegando para atacar ao som da "Cavalgada das Valquírias" de Wagner, inspirando terror nos inimigos. Isso foi o que faltou aos gloriosos esse ano. Que não falte nas batalhas de 2009.